Do Quitunde ao Sertão Sergipano: a batalha de “Gabigol” para virar profissional e manter vivo o sonho
- Fernando Antônio

- 16 de nov.
- 2 min de leitura
Aos 21 anos, Eduardo Luiz dos Santos Simão — o “Gabigol” de São Luís do Quitunde — realizou o primeiro capítulo do sonho: jogar profissionalmente pela ABD, na terceira divisão de Sergipe. Um começo duro, mas cheio de significado num país onde milhões tentam e poucos conseguem.

No futebol brasileiro, onde cada esquina revela um talento e cada talento enfrenta uma muralha para aparecer, a história de Eduardo Luiz dos Santos Simão ganha peso. Aos 21 anos, natural de São Luís do Quitunde, o jovem centroavante de 1,74m e 75 kg realizou um sonho que a maioria dos meninos do interior carrega no peito: vestir a camisa de um clube profissional. E ele fez isso longe de casa, defendendo a Associação Boquinhense de Desportos, a popular ABD, da cidade de Boquim, em Sergipe.
A ABD disputa a terceira divisão sergipana — palco de campos esburacados, viagens longas e salários que nem sempre chegam no dia. Mas é também o território onde nascem as histórias brutas e verdadeiras do futebol de base brasileiro. Gabigol, como é chamado em Quitunde, entrou na relação em dois dos seis jogos da competição. Pode parecer pouco para quem olha de fora, mas, para quem conhece o funil do futebol no país, isso é gigante. Só quem vive o dia a dia sabe o peso de ter o nome numa súmula.
Agora de férias, ele já sabe que 2026 é o próximo capítulo. Vai voltar para Sergipe, vai tentar cavar mais minutos, mais oportunidades, mais gols. A caminhada está só começando — e, como sempre foi no Brasil, começar é a parte mais difícil. Mas Gabigol já derrubou a porta que separa o sonho da realidade: virou atleta profissional. Num cenário onde milhões tentam e quase nenhum chega, isso já é vitória.
Para São Luís do Quitunde, ele já é motivo de orgulho. Para ele mesmo, é só o primeiro passo. E para quem acompanha histórias de resistência no futebol, Gabigol é mais uma prova de que o talento sobrevive — mesmo quando o país insiste em dificultar.




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